segunda-feira, 22 de maio de 2017

Resenha Crítica

                                                        RESENHA CRITICA



1.AUTORES

          
         Fernando José Guedes da Silva Júnior; Riassa Dourado Ferreira; Olivia Dias de Araújo;             Maria de Araújo Camêlo; Ines Sampaio Nery.
          Faculdade Santo Agostinho. Teresina, PI.
          Universidade Federal do Piauí. Teresina, PI.


2. RESUMO


         Estudo de caso, desenvolvido em um Centro de Saúde em Teresina-PI, que abordou a problemática da assistência de enfermagem prestada a uma paciente com Hanseníase Multibacilar, pondo em foco o cuidado de Enfermagem Transcultural, Diagnósticos e intervenções de Enfermagem segundo a Taxonomia II da NANDA. 

            Foi realizada a entrevista, semi-estruturada e observação participante que possibilitaram a coleta de dados. Neste estudo, foi constatado que o planejamento da assistência de enfermagem, visou principalmente, contribuir para a adesão ao tratamento da doença, diminuindo os riscos potenciais e utilizando a preservação, negociação e re-padronização do sistema profissional. Observou- se também a adesão ao tratamento e a realização de autocuidado voltado para a hanseníase de forma culturalmente satisfatória.  

               A Hanseníase constitui uma patologia das mais antigas que atua no organismo humano, com indícios remotos que datam de 600 a.C. e procedem da Ásia, que juntamente com a África podem ser consideradas o berço da doença.

               Nesse contexto, o estigma se refere à desqualificação e à marginalização social, em função, principalmente, das deformidades físicas do paciente. Uma vez que, um indivíduo é estereotipado com tal rótulo social, que significa impor-lhe uma marca que, de certo modo, o reduz a uma condição inferior ao padrão mínimo atribuído à condição humana, restaria a ele duas possibilidades: ou se adequar ao papel marginal a ele designado ou tentar "encobrir" as marcas que caracterizam o estereótipo.

               A Hanseníase constitui uma doença infectocontagiosa crônica causada pelo Mycobacterium leprae.

              A principal forma de contágio da Hanseníase a inter-humana e o maior risco de contágio é a convivência domiciliar com o doente bacilífero. Destaca-se que a principal via de eliminação dos bacilos é a aérea superior, especificamente o trato respiratório é a mais provável via de entrada do agente etiológico no corpo.

           Nos países endêmicos, como o Brasil, observam-se diferenças na prevalência entre regiões, estados, microrregiões, municípios, concentrando-se nos locais de maior pobreza. As condições sócio-econômicas e culturais têm grande influência na distribuição e propagação da endemia hansênica.

              Baseado nos aspectos epidemiológicos denota-se que a Hanseníase representa um importante problema de saúde pública em todo o Brasil.

           Nesse sentido, os agravos devem ser diminuídos através de políticas públicas que visem o controle e/ou eliminação da doenças. E assim, a Estratégia Saúde da Família (ESF) passa a constituir um dos principais eixos responsáveis por realizar tais medidas preventivas e curativas, visto que a ESF prevê um atendimento multiprofissional à saúde da população de sua área adscrita, inserindo-se no primeiro nível de ações e serviços do sistema local de assistência à saúde: a atenção básica.

             O cuidado é a essência da prática e do conhecimento, incluindo assistir, dar suporte e facilitar atos para atender necessidades. O cuidado é cultural, pois cada povo tem seu próprio jeito de cuidar, considerando como diversidade do cuidado. Nessa perspectiva, para uma assistência adequada, a(o) enfermeira(o) pode avaliar os comportamentos de cuidados culturais, decidindo com a pessoa se são preserváveis, mutáveis ou negociáveis. 

           Foi realizado uma pesquisa do tipo estudo de caso, a decisão por desenvolver este estudo de caso se deu mediante a observação de um problema que merecia uma investigação mais aprofundada, tendo em vista que a portadora de hanseníase, sujeito deste estudo, se encontrava em estágio avançado da doença.

           No primeiro contato com a cliente foi explicado o objetivo do estudo e como seria realizado. Após confirmação de aceite, foi iniciada a entrevista clínica semi-estruturada e preenchimento do histórico, contendo informações subjetivas (anamnese) e objetivas (exame físico).

            Trata-se de uma paciente do sexo feminino de 85 anos, casada, dona de casa, aposentada, raça branca, sete filhos, protestante (Igreja Messiânica), diagnosticada na Unidade Básica de Saúde, ESF-187 (Teresina-PI), em 12/08/2007, apresenta-se com sintomas que nos remetem à Hanseníase multibacilar.

         A paciente realiza tratamento de doze meses, com doses mensais supervisionadas, esquema multibacilar: combinação da rifampicina (600mg/mês supervisionadas), dapsona (dose mensal de 100mg supervisionada e uma dose diária autoadministrada) e de clofazimina (uma dose mensal de 300 mg, com administração supervisionada e dose diária de 50mg autoadministrada). É importante explicitar que, o tratamento pode ser realizado em até dezoito meses.


3. CONCLUSÃO


          Analisando as informações obtidas na realização deste estudo de caso, abordado nesse artigo, foi constatado que a paciente teve dificuldade em aceitar o diagnóstico, o tratamento, e as orientações em todo o curso da avaliação  clinica de enfermagem inserida na hanseníase.

       Contudo, após a implementação do processo de enfermagem com uma abordagem cultural usando-se dos cuidados no sistema profissional de preservação, negociação e repadronização, a paciente aceitou realizar o tratamento prescrito após autorização vertical do Ministro da igreja Messiânica da qual faz parte.

          A enfermagem, o paciente e a família, foram envolvidos em todo processo do cuidar, o cuidado cultural foi preservado, na medida em que religião, lazer e vínculos familiares a ajudaram na manutenção do seu bem estar.


4.CRITICA


       Neste estudo foi comprovado de maneira eficaz a importância de um planejamento da assistência de enfermagem, mesmo diante das dificuldades apresentadas pela paciente, a importância da família participando ativamente no tratamento da paciente, as orientações da enfermagem para total compreensão da paciente em entender que sua dedicação é fundamental para o seu bem estar e o respeito cultural preservado.